Doze instituições já tiveram bloqueio de R$ 2,56 bilhões em bens
Por Devair G. Oliveira
Não para de aparecer mais envolvidos na corrupção do INSS, o ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, afirmou, nesta sexta-feira (16), que mais quatro entidades associativas devem ser incluídas no processo por possíveis fraudes em aposentadorias e pensões pagas pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Ele não informou, entretanto, qual o valor arrecadado por essas entidades ao longo dos anos que deve ser alvo de medidas de bloqueio cautelar.
Na semana ada, a AGU pediu à Justiça Federal o bloqueio de R$ 2,56 bilhões em bens de 12 entidades associativas. Elas constituem o “núcleo da fraude”, sendo alvo do maior número de reclamações por parte de segurados do INSS.
“Neste momento, nós temos 12 entidades, é possível que a gente já estabeleça um lote de mais quatro entidades, pelo menos”, disse Messias à imprensa, ao explicar que o volume de recursos bloqueados se deve aos indícios de que os descontos são, na sua grande maioria, indevidos.
Cifras iniciais apresentadas pela PF dão conta de que R$ 6,3 bilhões de descontos associativos realizados entre 2019 e 2024 são suspeitos de fraude.
Aposentados e pensionistas do INSS já registraram mais de 1 milhão de pedidos de reembolso de descontos não autorizados feitos por entidades associativas. A formalização da contestação pode ser feita pela plataforma Meu INSS ou pelo canal 135 de atendimento telefônico.
Cerca de 9 milhões de segurados começaram a ser notificados desde terça-feira (13) sobre descontos por entidades e associações. Agora, é possível saber o nome da entidade à qual o aposentado ou pensionista que teve desconto está vinculado, por meio do serviço Consultar Descontos de Entidades Associativas, disponível no aplicativo.
Milhares de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) estão denunciando descontos indevidos em seus benefícios mensais. As queixas, que se acumulam nos canais oficiais do INSS e nas redes sociais, envolvem principalmente cobranças por serviços ou associações que os beneficiários alegam nunca ter autorizado.
De acordo com relatos, os valores descontados variam, mas muitos ultraam R$ 30 por mês — o que representa um impacto significativo para quem vive com um salário mínimo. Em muitos casos, os beneficiários só percebem os descontos ao consultar o extrato detalhado de pagamento.